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12 de novembro de 2004

Meio Melancólico

Praça

CUIDADO! Este post foge da proposta do blog. Fala um pouco do lado não tão belo da vida, mas as vezes necessário. Acredito no equilíbrio, pois se tudo fosse belo, o belo perderia o seu valor. Se tudo fosse bem, e não houvesse o mal, também não haveria o bem...

Solidão que nada. As vezes é um pouco pior. É um pedaço do meu ser que me é arrancado. Não sou o mesmo que eu era ontem. Sou apenas a metade. Mas nem isso chega a ser ruim. Pois a metade que ficou foi a metade que estava apodrecendo. A metade que não tinha alegria própria. A metade que estava ficando vazia.

Corta-se a metade boa para tentar salvá-la. E a metade ruim, que ficou comigo, talvez possa voltar a ter o sentido de unidade. Talvez possa voltar a ter alegrias por si própria, sem depender da outra metade.

Mais que dói, dói... Muito.

"Ó pedaço de mim, ó metade afastada de mim
Leva o teu olhar, que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar.

Ó pedaço de mim, ó metade exilada de mim
Leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais.

Ó pedaço de mim, ó metade arrancada de mim
Leva o vulto teu, que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu.

Ó pedaço de mim, ó metade amputada de mim
Leva o que há de ti, que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada no membro que já perdi.

Ó pedaço de mim, ó metade adorada de mim
Lava os olhos meus, que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo a mortalha do amor, adeus."

8 de novembro de 2004

Conto de fadas

Nuvens no fim de tarde
Como seria o seu amor ideal? Aquele alguém especial que você quer ao seu lado... Você saberia descrevê-lo? Eu gosto de uma música do Depeche Mode chamada "Somebody" que para mim é uma receita para a minha alma gêmea. Já devo tê-la postado por aqui, portanto vou colocar apenas o link para a letra Somebody .

Engana-se quem pensa que o amor ideal possa ser descrito por suas características físicas. Está muito longe disso. E para cada pessoa, o humor assim como as demais características psicológicas da pessoa ideal também vai variar. Alguns preferem os extrovertidos, outros preferem os autoritários, uns gostam de ciumentos, outros gostam de despreocupados. Não dá pra saber ao certo. Eu já vi muitas mulheres trocarem candidatos a príncipe por canalhas, e em algumas vezes isso até deu certo.

A química entre dois corações é algo inexplicável. Mas eu gostei de uma teoria que diz que o mais importante para um relacionamento ser duradouro é a amizade, é gostar de conversar com essa pessoa. Com o passar dos anos as características que nos atraíram a princípio na pessoa amada vão se desfazendo ou perdendo a importância, como por exemplo: a beleza é vencida pela idade, a energia é trocada pela sabedoria, até o sexo pode ficar menos interessante (se faltar criatividade). E o que resta é a capacidade de se comunicar, de trocar confidências. Acho que todos os amantes que mantiveram o seu relacionamento durante grandes períodos, dividiram uma forma especial de comunicar-se. Compartilhar experiências de uma forma única. Contar com um parceiro para as horas mais difíceis. Acho que isso é mais importante a longo prazo.

Claro que uma paixão arrasadora também tem muitos encantos. Mas no final das contas o que vale para a vida toda é a cumplicidade. Adoro a história de Romeo e Julieta. É uma história de paixão. E é claro que eu gostaria de ter um início de relacionamento como o contado pela história. Mas essa paixão não enfrentou o maior inimigo de um relacionamento: O TEMPO. Será que ela seria realmente a paixão perfeita ou não duraria uns poucos anos?

Quando o fogo da paixão se vai - e não tenha dúvida todos se vão - o que sobra? O que eu gostaria que sobrasse são sonhos compartilhados, segredos entre os dois amantes, objetivos comuns, compreensão, amizade e muito carinho. Acho que com uns poucos ingredientes como estes, uma paixão consumida pelo fogo pode renascer das cinzas. E como o meu amigo Inagaki colocou em seu blog na ótima crônica entitulada: "Pequeno Tratado sobre a Mortalidade do Amor", eu também procuro um AMOR-FÊNIX!